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Quem não fecha os olhos quando sente dor?

Lembrou um poema, que dizia: "De tudo, ao sofrimento foi atento, E com empenho, e sempre, e tanto, Que mesmo em face do maior tormento, Seu peito exclamou: nunca mais eu canto!" E cerrando os olhos com dor Em cada lágrima, cada pranto, Bebeu em versos seu dissabor, E se fechou no próprio manto. O céu se vestiu com noite, sem cor, Fechou os olhos em silêncio e com temor, Acendeu no escuro a chama dos olhos da alma, E encontrou no vazio o leito que lhe acalma. O vagalume apagado perguntou: De quem são esses olhos que a noite procura, No frio desse silêncio, na escuridão serena? Quando a alma, qual neblina, flutua, obscura, E a dor, em grito velado, tem sido mais amena. A noite respondeu: São tochas acesas de fogo contra fogo, Encerrando a morte num caixão de vida; No clamor da provação, a alma reerguida, Veja, pirilampo, com teus olhos, tudo de novo. por Janderson Gomes, reflexões em 14 de agosto de 2024 ⁂

Quem Vos Escreve


Rio Cauamé ao longo das paragens do Barrada.

Estimado(a) Visitante,

Com sincera acolhida, contemplo a mescla de gratidão e júbilo ao que te trouxe até aqui, em busca de desvendar um fragmento daquele que vos escreve.

De tempos a tempos, o espírito me conduz a esta senda, reminiscente de Ulisses retornado a Ítaca, trazendo comigo novos trechos da jornada, ornados com desenhos e pinceladas frescas.

E que não vos surpreenda encontrar, nessa vetusta bagagem, temas como arte, religião, física, matemática ou filosofia.

Nasci em Roraima, estado do norte Brasileiro, com uma infância sonhando com viagens infindas, perdendo-me no liame abandonado às margens de uma antiga pedreira no lavrado.

Este espaço foi transformado em lixão e posteriormente loteado. Fica próximo ao rio Cauamé, onde primeiro pude vislumbrar senão vestígios e descobertas por um jovem sonhador almejando ser arqueólogo.

Vi ali também, a flor desabrochar entre os resíduos descartados antes de alçar voo para qualquer jardim. Foi ali que compreendi que por mais bela ou desvanecida que seja qualquer paisagem, é no cerrar das pálpebras que a contemplação atinge sua plenitude. 

E que há beleza e sabedoria nas rugas das mãos que plantam com a mesma força, leveza e tenacidade com que fazem uma prece.

Assim cresci, junto de minhas três musas irmãs e meu forte irmão, para me formar engenheiro eletricista, profissão que herdei de meu pai, tal qual a argila moldada pela fluidez da água, removendo da pedra tudo que não é pedra, pela cinzel do artífice, pelo fogo do artesão, pelos matizes do pintor e pela dança da expressão, dos conhecimentos os quais herdei de minha mãe.

E na sinfonia da música da vida, da alvorada ao crepúsculo, nasceu este pequeno espaço em formato de blogue, sob o suor que brota da fronte daquele que, com amor, capina e planta no mundo sem fim.

Sinta-se à vontade para explorar e trocarmos ideias.

Cordialmente,

02 de agosto de 2016. Boa Vista, Roraima

— Janderson Gomes da Silva.

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