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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

Meu Amigo Silfo

 


Meu Amigo Silfo

Meu amigo Silfo está no vento,
Não tenho outro amigo senão o vento.
Silfo me fala, o vento não cala
Silfo vem e passa, e eu fico

Gosto de vê‑lo brincar nas folhas,
Abrir o ar como quem abre uma porta,
Fazer o mundo respirar, só por um instante.
Silfo é silêncio, e eu sou silêncio

Não me perguntei de onde ele vem,
O vento não tem causa nem destino.
Basta que eu o sinta, e aí já sei tudo
E ele sabe de mim, ele pode me ver

Silfo pousa suave nas minhas mãos,
Mas não posso agarrá‑lo, vive solto no ar.
Ele escorre nos dedos como um rio,
E eu corro na terra com ele a brincar

Sou eu que o busco quando penso no ar,
Chamo seu nome, que não se pode falar,
E ele me mostra o nada que é tudo,
Sua casa transparente a flutuar

Meu amigo Silfo é o vento do vento,
Quando um passarinho machuquei.
O dia todo chorei, ele comigo chorou,
Enxugou minhas lágrimas, e como, eu não sei

Meu amigo fiel, canto para te ver brincar
Subo a serra, tu vens me segurar.
E do alto do pé de carambola,
Olhamos o rio Cauamé passar

Meu amigo, Silfo, obrigado
Por, ainda criança, me acompanhar,
Ainda hoje, homem crescido,
Tua amizade me faz emocionar

Não ria de mim, eu vou passar,
Tu não envelheces, voas no espaço leve,
Mas, um dia, na tua morada, eu te prometo
Tua família hei de visitar.

por Janderson Gomes (Caraumã)
Reflexões em 03 de Maio de 2025

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