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Queridos leitores, Hoje anuncio a mudança de endereço do artientista.blogspot.com , meu cantinho desde 2016, com o coração repleto de gratidão.  Durante estes quase dez anos, compartilhei com vocês descobertas, reflexões e inspirações que brotaram de um labor apaixonado. Cada comentário, cada visita silenciosa, cada ideia trocada foi um presente que me incentivou a pensar diferente, e por isso lhes digo: obrigado. Como bem escreveu Khalil Gibran em O Profeta , na parte “Sobre o Dar”: “Vós dais pouco quando dais de vossas posses. É quando dais de vós mesmos que dais de fato.” Khalil Gibran, O Profeta (1923) De coração aberto, sinto que doei a mim mesmo em cada texto, e recebi em troca o tesouro inestimável da amizade e do calor humano de cada um de vocês. Agora, entro numa nova etapa, convido-os a me acompanhar no novo endereço,  caraumã.com , um espaço reformulado, com visual renovado e conteúdo aprimorado.  Ali, continuarei a partilhar minhas ideias, sempre busc...

Meu Amigo Silfo

 


Meu Amigo Silfo

Meu amigo Silfo está no vento,
Não tenho outro amigo senão o vento.
Silfo me fala, o vento não cala
Silfo vem e passa, e eu fico

Gosto de vê‑lo brincar nas folhas,
Abrir o ar como quem abre uma porta,
Fazer o mundo respirar, só por um instante.
Nesse silêncio, Silfo é silêncio, e eu sou silêncio

Não me perguntei de onde ele vem,
O vento sem causa e sem destino.
Basta que eu o sinta, e aí já sei tudo
E ele sabe de mim, ele pode me ver

Silfo pousa suave nas minhas mãos,
Mas não posso agarrá‑lo, vive solto no ar.
Ele escorre nos dedos como um rio,
E eu corro na terra com ele a brincar

Sou eu que o busco quando penso no ar,
Chamo seu nome, que não se pode falar,
E ele me mostra o nada que é tudo,
Sua casa transparente a flutuar

Meu amigo Silfo é o vento do vento.
Mas veja só, quando um passarinho machuquei,
O dia todo chorei, ele comigo chorou,
Enxugou minhas lágrimas, e como, eu não sei

Meu amigo fiel, canto para te ver brincar
Subo a serra, tu vens me segurar.
E do alto do pé de carambola
Olhamos o rio Cauamé passar

Meu amigo, Silfo, obrigado
Por, ainda criança, me acompanhar,
Ainda hoje, homem crescido,
Tua amizade me faz emocionar

Não ria de mim, eu vou passar.
Já que tu não envelheces, e voas no espaço leve,
Um dia, na tua morada, eu te prometo
Tua família hei de visitar.

por Janderson Gomes (Caraumã)
Reflexões em 03 de Maio de 2025

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