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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

Os Anjos e as Nuvens

Os Anjos e as Nuvens

Às vezes, de tardezinha neste quintal,
Não sei que horas são:
Quando faz sombra o mamoeiro...

Olho para o céu azul brilhante,
Cheio de imensidão,
Repleto de nuvens,
De sol a pino e vento ligeiro.

As nuvens são como os anjos:
Anjos de variadíssimas formas radiantes;
Alguns choram pela dor da humanidade,
Outros cuidam de abrandar as costas nuas.

Alguns são sorridentes,
De patas e asas esfuziantes;
Outros, carregados de água,
E tempestades de silêncio;

Há muitos de cabelo enroladinho,
Que gostam de saudar o vento,
E vários peraltas esvoaçantes,
Que brincam de riscar o firmamento.

Um nem cabelo tem,
Mas tem o tempo todo na mão:
Gosta de ajustar seu relógio,
Enquanto um passarinho
Vem comer mamão.

Mas ouvem todos, atentos,
Preces, súplicas e orações
De um nobre alado urubu,

Que voa alto, vai além,
vive de purificar:
Que revela onde,
no horizonte,
Há sede,
Fome e vontade de ficar.

Mas eis que a hora
No céu se adianta,
Reluz com raios fugidios
E tinge tudo de laranja

Fica de noitinha,
Os anjos ficam até tarde;
Alguns dormem lá
No colo da Serra-Grande,

Outros se deitam
No Rio Branco,
Bem longe da cidade.

Mas eis que surge
Um céu escuro
Na mata do cosmos

Surgem alguns dos olhos de Deus,
Muitos pequeninos, muitos fulgurantes,
Um rosto cor da noite salpicada
Com pequeninos pirilampos.

São olhos atentos a nos velar;
E quanto mais escuro fica,
Mais vagalumes aparecem

São tantos que nem dá pra contar,
Parece um rio de leite
Com tantos a voar.

por Janderson Gomes (Caraumã)
Reflexões em 08 de Junho de 2025

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