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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

Demonstração do Teorema de Thévenin (Primeira Parte)

Considere um circuito elétrico genérico como contendo \(n\) nós, circuito este planar e composto apenas de resistores, geradores de tensão e fontes de corrente. 

Dessa forma, aplicando-se a Lei de Kirchhoff para as correntes, tal circuito pode ser descrito através de \(n\) equações nodais correspondentes, isto é,

\begin{equation} \left\lbrace \begin{array}{@{} l<{{}} @{} l @{}} \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{11}} + \displaystyle\frac{v_{2}}{r_{12}} + \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{13}} + \cdots + \displaystyle\frac{v_{n}}{r_{1n}} &= i_{1}\\ \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{21}} + \displaystyle\frac{v_{2}}{r_{22}} + \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{23}} + \cdots + \displaystyle\frac{v_{n}}{r_{2n}} &= i_{2}\\ \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{31}} + \displaystyle\frac{v_{2}}{r_{32}} + \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{33}} + \cdots + \displaystyle\frac{v_{n}}{r_{3n}} &= i_{3}\\ { }{}{ }{\vdots}&{}{}{}{\vdots}\\ \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{n1}} + \displaystyle\frac{v_{2}}{r_{n2}} + \displaystyle\frac{v_{1}}{r_{n3}} + \cdots + \displaystyle\frac{v_{n}}{r_{nn}} &= i_{n}\\ \end{array} \right. \end{equation}

Observe que o sistema linear acima pode ser reescrito na forma de multiplicações entre matrizes, ou seja,

\begin{equation} \left( \begin{array}{ccccc} \Sigma_{11} & \Sigma_{12} & \Sigma_{13} & \cdots & \Sigma_{1n} \\ \Sigma_{21} & \Sigma_{22} & \Sigma_{33} & \cdots & \Sigma_{2n} \\ \Sigma_{31} & \Sigma_{32} & \Sigma_{33} & \cdots & \Sigma_{3n} \\ \vdots & \vdots & \vdots & \cdots & \vdots \\ \Sigma_{n1} & \Sigma_{n2} & \Sigma_{n3} & \cdots & \Sigma_{nn} \\ \end{array} \right) \times \left( \begin{array}{ccccc} v_{1}\\ v_{2}\\ v_{3}\\ \vdots\\ v_{n} \end{array} \right) =\left( \begin{array}{c} i_{1} \\ i_{2} \\ i_{3} \\ \vdots\\ i_{n} \end{array} \right) \label{equ:mainmat}\end{equation}

onde a letra grega sigma maíscula, \(\Sigma\), indica a condutância de um dado resistor e é dada como sendo o inverso da resistência desse dispositivo, ou seja, \(\Sigma_{ij} = 1/r_{ij}\).

Assim sendo, note que o determinante da matriz completa do sistema linear dado em (2) pode ser obtido através do Teorema de Laplace, isto é, através da k-ésima coluna tem-se:

\begin{equation} \begin{array}{rl} D &= \Sigma_{1k}(-1)^{1+k}D_{1k} + \Sigma_{2k}(-1)^{2+k}D_{1k} + \Sigma_{3k}(-1)^{3+k}D_{3k} + \cdots \\ {}&+ \cdots +(\Sigma_{kk} + \Sigma_{L})(-1)^{k+k}D_{kk} + \cdots + \Sigma_{nk}(-1)^{n+k}D_{nk} \end{array} \end{equation}

onde \(D_{ij}\) é o determinante da matriz resultante quando elimina-se da matriz completa a linha \(i\) e a coluna \(j\). Portanto, reordenando-se os termos e ponto em evidência a condutância \(\Sigma_{L}\), vem

\begin{equation} \begin{array}{rl} D &= [\Sigma_{1k}(-1)^{1+k}D_{1k} + \Sigma_{2k}(-1)^{2+k}D_{1k} + \Sigma_{3k}(-1)^{3+k}D_{3k} + \cdots \\ {}&+ \cdots +\Sigma_{kk}(-1)^{2k}D_{kk} + \cdots + \Sigma_{nk}(-1)^{n+k}D_{nk}] + [\Sigma_{L}(-1)^{2k}D_{kk}] \end{array} \end{equation}

Por fim, simplificando-se a expressão acima, vem

\begin{equation} D = D_{0} + [\Sigma_{L}D_{kk}] \label{equ:d}\end{equation}

Agora, aplicando-se a Regra de Cramer, vem

\begin{equation} v_{k} = \frac{det \begin{bmatrix} \Sigma_{11} & \Sigma_{12} & \cdots & \Sigma_{1(k-1)} & i_{1} & \Sigma_{1(k+1)} & \cdots & \Sigma_{1n} \\ \Sigma_{21} & \Sigma_{22} & \cdots & \Sigma_{2(k-1)} & i_{2} & \Sigma_{2(k+1)} & \cdots & \Sigma_{2n} \\ \Sigma_{31} & \Sigma_{32} & \cdots & \Sigma_{3(k-1)} & i_{3} & \Sigma_{3(k+1)} & \cdots & \Sigma_{3n} \\ \vdots & \vdots & {} & \vdots & \vdots & \vdots & {} & \vdots\\ \Sigma_{n1} & \Sigma_{n2} & \cdots & \Sigma_{n(k-1)} & i_{n} & \Sigma_{n(k+1)} & \cdots & \Sigma_{nn} \\ \end{bmatrix}}{D} \end{equation}

ou seja, através do teorema de Laplace aplicado à k-ésima coluna,

\begin{equation} v_{k} = \frac{i_{1}(-1)^{1+k}D_{ik} + i_{2}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + i_{n}(-1)^{n+k}D_{nk}}{D} \label{equ:vk}\end{equation}

Observe que pode-se reescrever a equação (\ref{equ:vk}) da seguinte forma

\begin{equation} v_{k} = \frac{i_{1}(-1)^{1+k}D_{ik} + i_{2}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + i_{n}(-1)^{n+k}D_{nk}}{D} \left(\frac{D_{0}}{D_{0}}\right) \end{equation}

isto é,

\begin{equation} v_{k} = \frac{i_{1}(-1)^{1+k}D_{ik} + i_{2}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + i_{n}(-1)^{n+k}D_{nk}}{D_{0}} \left(\frac{D_{0}}{D}\right) \label{equ:vk2}\end{equation}

Sabendo-se que:

\begin{equation} D_{0} = \Sigma_{1k}(-1)^{1+k}D_{1k} + \Sigma_{2k}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + \Sigma_{nk}(-1)^{n+k}D_{nk} \label{equ:do}\end{equation}

Portanto, substituindo-se as equações (\ref{equ:do}) e (\ref{equ:d}) em (\ref{equ:vk2}), obtém-se

\begin{equation} v_{k} = \frac{i_{1}(-1)^{1+k}D_{ik} + i_{2}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + i_{n}(-1)^{n+k}D_{nk}}{\Sigma_{1k}(-1)^{1+k}D_{1k} + \Sigma_{2k}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + \Sigma_{nk}(-1)^{n+k}D_{nk}} \left(\frac{D_{0}}{D}\right) \end{equation}

Note que o termo

\begin{equation} \frac{i_{1}(-1)^{1+k}D_{ik} + i_{2}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + i_{n}(-1)^{n+k}D_{nk}}{\Sigma_{1k}(-1)^{1+k}D_{1k} + \Sigma_{2k}(-1)^{2+k}D_{2k} + \cdots + \Sigma_{nk}(-1)^{n+k}D_{nk}} \end{equation}

corresponde à tensão de circuito aberto mensurada entre os terminais do resistor \(R_{L}\) (carga) ao removê-lo do circuito. Assim sendo, denominar-se-á tal grandeza por \(V_{th}\). Dessa forma,

\begin{equation} v_{k} = V_{th}\left(\frac{D_{0}}{D_{0} + [\Sigma_{L}D_{kk}]}\right) \end{equation}

Multiplicando-se tanto o numerador quanto o denominador da expressão acima por \(1/D_{0}\), vem

\begin{equation} v_{k} = V_{th}\left(\frac{1}{1 + \Sigma_{L}\displaystyle\left(\frac{D_{kk}}{D_{0}}\right)}\right) \end{equation}

Uma vez que a condutância da carga é dada por \(\Sigma_{L} = 1/R_{L}\), tem-se

\begin{equation} v_{k} = V_{th}\left(\frac{R_{L}}{R_{L} + \displaystyle\left(\frac{D_{kk}}{D_{0}}\right)}\right) \end{equation}

Observe que o termo \(\displaystyle\frac{D_{kk}}{D_{0}}\) possui unidade dada por \((1/\textrm{siemens}=\textrm{ohm})\). Portanto denomina-se arbitrariamente \(R_{th} = D_{kk}/D_{0}\). Dessa forma,

\begin{equation} v_{k} = V_{th}\left(\frac{R_{L}}{R_{L} + R_{th}}\right) \label{equ:div}\end{equation}

Observe que a expressão (\ref{equ:div}) acima representa o potencial elétrico sobre o resistor \(R_{L}\) segundo a equação do divisor de tensão aplicada ao circuito abaixo

                                          

Observe, inclusive, que o circuito genérico inicialmente idealizado é equivalente ao circuito de Thévenin descrito na figura (\ref{figthevenin}), onde denota-se por tensão equivalente de Thévenin, \(V_{th} = v_{oc}\), e por resistência equivalente de Thévenin, \(R_{th} = D_{kk}/D_{0}.\)

No entanto, o circuito equivalente de Thévenin foi calculado através de um dado k-ésimo nó. Assim sendo, deve-se, pois, demonstrar que o circuito equivalente encontrado é único, isto é, existe apenas um único circuito equivalente de Thévenin.

Referências

[Dorf e Svoboda] Dorf, R. C. e Svoboda, J. A. (2012). Introdução aos circuitos elétricos. LTC, Rio de Janeiro.



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