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Amanhecer na Serra Grande (Livreto)

Hoje é um dia especial para compartilhar com vocês o lançamento de Amanhecer na Serra Grande , o primeiro volume da série Caminhos do Interior . Esta obra é um convite para explorar as profundezas da alma humana e sua conexão intrínseca com a natureza, em particular com a majestosa região de Roraima. A narrativa começa em uma manhã tranquila, onde Iramari, filho do velho Kanarim, busca por respostas para suas inquietações por meio de um diálogo que ecoa o silêncio da serra e o movimento das nuvens. Cada página é uma oportunidade de contemplar a simplicidade que revela a grandeza da vida. O livro reflete vivências profundamente enraizadas na região da margem leste do rio Branco e costura temas universais como medo, coragem, paz interior e harmonia. Kanarim, com sua vivência humilde, nos lembra que as lições mais importantes da vida não vêm de respostas, mas do aprendizado paciente com a natureza e com o ciclo da existência. Espero que este livro inspire você a desacelerar, ouvir os vent...

O silêncio dos amáveis

O Silêncio dos Amáveis

[...] Se eu morrer ouvindo o silêncio dos amáveis,

Sem ter compreendido o mistério que eles guardam,
Sem saber por que seus gestos calados são tão cheios,
Peço que, mesmo se sentirem o pranto nascer na voz,
Que não se inquietem, não perturbem seu silêncio

Que vossos olhos sejam o caminho da minha alma,
Limpem-se neles os igarapés que escorrem, e dão caminhos à vida,
E onde tantas vezes saciei minha sede e molhei meu rosto,
Para seguir em frente!

Se o destino quis que eu partisse assim,
Sem nada entender, assim está certo,
Mesmo que meu silêncio nunca se torne um canto,
Ele continuará sonhando ser música, um dia

Se não pude encontrar sentido na serenidade,
Foi porque fiz do meu mundo um pouco vasto,
E fiz também do meu coração ainda mais pequeno

Uma vez pensei que devia haver mais,
Que o amor devia ter palavras ou promessas
Com barulho silenciei quem me foi amável, verdadeiro
Encobri o que o sol e a chuva sabem desde sempre

Eles que não precisam de mais do que têm:
A luz do sol ganhou seu rosto para acariciar,
A chuva teve suas mãos para molhar sem ver o tempo passar,
E o vento que com seus cabelos sempre brincou

Consolaram-me com o calor da terra sob meus pés,
A sombra das árvores se ofereceram sem nada esperar
Porque sabem, como sabem os pássaros, que o amor voa livre,
E que a vida não me deve nada, mas eu tudo devo a ela

Se eu morrer ouvindo o silêncio dos amáveis,
É porque nesse momento estive distraído,
Nesse instante me senti vivo de novo

Se eu morrer ouvindo o silêncio dos amáveis,
Guardarei em meu silêncio esse momento,
E como se não houvesse mais nada a dizer

O silêncio será tudo, e tudo bastará,
Distraído seguirei dormindo
Sonhando continuar ouvindo
O silêncio dos amáveis

por Janderson Gomes (Caraumã),
Reflexões em 14 de Novembro de 2024

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