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Amanhecer na Serra Grande (Livreto)

Hoje é um dia especial para compartilhar com vocês o lançamento de Amanhecer na Serra Grande , o primeiro volume da série Caminhos do Interior . Esta obra é um convite para explorar as profundezas da alma humana e sua conexão intrínseca com a natureza, em particular com a majestosa região de Roraima. A narrativa começa em uma manhã tranquila, onde Iramari, filho do velho Kanarim, busca por respostas para suas inquietações por meio de um diálogo que ecoa o silêncio da serra e o movimento das nuvens. Cada página é uma oportunidade de contemplar a simplicidade que revela a grandeza da vida. O livro reflete vivências profundamente enraizadas na região da margem leste do rio Branco e costura temas universais como medo, coragem, paz interior e harmonia. Kanarim, com sua vivência humilde, nos lembra que as lições mais importantes da vida não vêm de respostas, mas do aprendizado paciente com a natureza e com o ciclo da existência. Espero que este livro inspire você a desacelerar, ouvir os vent...

Calçadas dos Encontros

Calçadas dos Encontros

Na via movimentada
onde passos se multiplicam,
observo rostos desconhecidos
que passam como nuvens no verão

Uma senhora carrega suas sacolas,
um jovem corre atrasado para algum lugar,
uma criança segura a mão de sua mãezinha,
todos são rios diferentes
fluindo na mesma direção

Entre tantos desconhecidos,
vejo sorrisos inesperados
nascendo como flores silvestres
nos cantos mais improváveis da cidade

Alguém segura a porta para outro alguém,
um guarda-chuva é compartilhado,
uma moeda esquecida é devolvida,
pequenos gestos que brotam
como sementes dispersas pelo vento

E percebo que a bondade
é como o orvalho da manhã,
aparece naturalmente,
sem pedir licença,
sem fazer alarde

Somos todos galhos
da mesma árvore antiga,
bebendo da mesma água,
sonhando o mesmo sonho,
crescendo sob o mesmo sol

Na multidão anônima,
cada rosto guarda uma história
como folhas guardam suas nervuras,
únicas, delicadas, necessárias

E assim aprendo
- que julgar é como tentar conter o vento com as mãos,
impossível e desnecessário

A bondade já está lá,
pulsando como seiva
em cada encontro casual,
em cada olhar que reconhece
no outro
um pedaço do mesmo céu

por Janderson Gomes,
Reflexões em 03 de Novembro de 2024.


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