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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

A Bondade Respira

 A BONDADE RESPIRA

A manhã se derrama, a luz, tênue, toca a relva molhada. O orvalho desliza como um riacho sobre as folhas, e cada gota reflete um céu minúsculo, um pedaço do mundo dado, sem preço.

O vento não cobra passagem à folha que dança em seu sopro. Os pássaros não perguntam o porquê de seu canto; simplesmente o oferecem, um tributo à madrugada, como quem conhece um segredo.

Tudo se doa, como a sombra de uma árvore que não escolhe quem abriga ou a água de um rio que nunca hesita em repartir, correndo entre pedras e margens, livre e sem dívida, que não conhece o próprio nome, mas conhece bem o caminho do mar.

E ainda que o sol reine como o leão, levanta-se como funcionário cuidadoso para a todos servir de luz, e em gestos de sol poente, despe-se de sua luz todos os dias, para que vejamos também outras luzes, outras estrelas, que cresçamos como a Lua, que multipliquemos como suas formas e saibamos renascer na escuridão.

O coração que aprende o ritmo da natureza, descobre, em si, um reflexo: a bondade que vem de graça e habita em nossos pequenos atos cotidianos, inesperada como o voo das borboletas, silenciosa como a terra que recebe a chuva e a distribui gratuita entre rios caudalosos.

O momento respira, e o mundo nos ensina: a melhor das dádivas não pesa, não tem nome, não espera. É a mão que se estende sem motivo, o olhar que encontra, de leve, e acalma, é um pequeno ato, e o ato um pequeno milagre.

A bondade, bela, justa e verdadeira, eis o dom que floresce entre os juncos, que se eleva entre os pântanos, cresce entre as pedras e é o maior dos presentes que se possa oferecer, é uma luz na escuridão, é a nós mesmos morando na palavra União.

por Janderson Gomes
Reflexões em 06 de Novembro de 2024

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