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Queridos leitores, Hoje anuncio a mudança de endereço do artientista.blogspot.com , meu cantinho desde 2016, com o coração repleto de gratidão.  Durante estes quase dez anos, compartilhei com vocês descobertas, reflexões e inspirações que brotaram de um labor apaixonado. Cada comentário, cada visita silenciosa, cada ideia trocada foi um presente que me incentivou a pensar diferente, e por isso lhes digo: obrigado. Como bem escreveu Khalil Gibran em O Profeta , na parte “Sobre o Dar”: “Vós dais pouco quando dais de vossas posses. É quando dais de vós mesmos que dais de fato.” Khalil Gibran, O Profeta (1923) De coração aberto, sinto que doei a mim mesmo em cada texto, e recebi em troca o tesouro inestimável da amizade e do calor humano de cada um de vocês. Agora, entro numa nova etapa, convido-os a me acompanhar no novo endereço,  caraumã.com , um espaço reformulado, com visual renovado e conteúdo aprimorado.  Ali, continuarei a partilhar minhas ideias, sempre busc...

O Filho da Bruma



O Filho da Bruma

Por entre sulcos de areia,
A antecipar o vestígio do passo.
Com beijos de espumas , titubeia o regaço,
Ondeia em ofício suntuoso e carinhoso,
Onde a espera é o útero do amor.

É sim, de fato, um ato de amor
Sentar-te à beira da praia e ficar em silêncio,
Olhar o sereno ser que rega a areia do coração.

Volto-me outra vez para o silêncio
Como o mar retorna à sua concha maternal,
Onde encontra, submersa, protegida,
De pólipos coloridos, uma gota fractal, 
Sua alma, branca, íntegra, a marulhar
Com gosto de sal.

Cada grão de areia,
Juntos contam uma só pérola,
Cada espuma, o adeus das ondas,
E eu conto de ti uma testemunha
Caridosa da eternidade.

Sem temer o vazio, 
Entre uma palavra e outra,
Nesse intervalo que repousa o canto,
Cantam as pedras a loucura do mar,
Canto eu a loucura de amar,
De ser oceano, junto do céu, viver no além-mar.

O amor não grita, eu me calo,
Para ouvir melhor os passarinhos,
Faz-se a brisa, toco de leve, a gaivota se vai,
E tem por morada as asas dos anjos,
O recôndito do um singelo olhar.

Pois há tantos anjos no céu,
Quanto horizontes no infinito,
E grãos de areias na espuma,
Quanto espumas no mar

Mergulho no fio d'água, 
Filho ocioso de brumas,
Sou do ruído o retorno,
A volta ao silêncio,
Que sempre foi
Teu mais puro 
Pequeno ato 
De amor.

por Janderson Gomes
Reflexões em 28 de Abril de 2025

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