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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

Quem não fecha os olhos quando sente dor?


Lembrou um poema, que dizia:

"De tudo, ao sofrimento foi atento,
E com empenho, e sempre, e tanto,
Que mesmo em face do maior tormento,
Seu peito exclamou: nunca mais eu canto!"

E cerrando os olhos com dor
Em cada lágrima, cada pranto,
Bebeu em versos seu dissabor,
E se fechou no próprio manto.

O céu se vestiu com noite, sem cor,
Fechou os olhos em silêncio e com temor,
Acendeu no escuro a chama dos olhos da alma,
E encontrou no vazio o leito que lhe acalma.

O vagalume apagado perguntou:

De quem são esses olhos que a noite procura,
No frio desse silêncio, na escuridão serena?
Quando a alma, qual neblina, flutua, obscura,
E a dor, em grito velado, tem sido mais amena.

A noite respondeu:

São tochas acesas de fogo contra fogo,
Encerrando a morte num caixão de vida;
No clamor da provação, a alma reerguida,
Veja, pirilampo, com teus olhos, tudo de novo.

por Janderson Gomes,
reflexões em 14 de agosto de 2024

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