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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

A Luz e a Sombra na Guerra-Fria de Pawel Pawlikowski

A história contada de um diretor musical que se apaixona por uma jovem cantora, em um enredo que explora a dinâmica complexa dos Poloneses em época de Guerra-Fria.



O filme "Guerra-Fria" (Zimna Wojna, 2018), co-escrito e dirigido por Pawel Pawlikowski, conta a elogiada história romântica, sensual e agridoce entre dois amantes desafortunados. E transcorre entre as as décadas de 1950 e 1960 em várias cidades europeias imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial. Além disso, conta com imagens capturada pelas lentes do visionário Lukas Zal e é estrelado por dois talentosos atores nativos da Polônia: Joanna Kulig (Zula), atriz principal no papel de uma bela cantora, ao melhor estilo Jeanne Moreaux, e que pode ter sido presa por esfaquear seu pai - ele me confundiu com minha mãe, então usei uma faca para mostrar a diferença - e Tomas Kot (Wiktor), seu par amoroso, um pianista reservado e de formação clássica que não pode deixar de se apaixonar pela cantora carismática.

Guerra-Fria é uma obra-prima que vai muito além das dinâmicas de gênero e de classes das políticas de estado. Incluindo um visual monocromático e uma cinematografia melodramática, que estranha a muitos públicos por causa do tema caracteristicamente não-Hollywoodiano de sofrimento, considerado inclusive por algumas línguas afiadas um símbolo nacional vivo compartilhado pelo grande povo Polonês, constituindo assim um olhar distinto sobre o sofrimento historicamente vivido e que os une e revigora seus laços como grande nação que são.

É pós-holocausto, pós-guerra na Polônia e o inverno congelante dos anos 1950. Os encontros e desencontros tempestuosos de Zula e Wiktor acontecem ao longo de 15 anos em vários países de ambos os lados da Cortina de Ferro.

O filme em si é uma ode à própria música, e reúne uma mistura eclética selecionada a dedo por Pawlikowski que - sabidamente gosta de usar a música de modo dramático e como personagem do filme. E fazendo uso do mesmo traçado de seu filme anterior, Ida, o qual venceu o Oscar de 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, ele dá um passo adiante e conta a história desse casal peculiar, a partir do conjunto musical folclórico Mazurek, baseado na verdadeira trupe musical Mazowsze da Polônia fundada em 1948 e que se apresenta em todo o mundo até os dias de hoje.

Filme: Guerra-Fria ("Zimna Wojna", 2018), dirigido por Paweł Pawlikowski, com roteiro de Janusz Glowacki e do próprio diretor.


Bom Filme!

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