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Quem não fecha os olhos quando sente dor?

Lembrou um poema, que dizia: "De tudo, ao sofrimento foi atento, E com empenho, e sempre, e tanto, Que mesmo em face do maior tormento, Seu peito exclamou: nunca mais eu canto!" E cerrando os olhos com dor Em cada lágrima, cada pranto, Bebeu em versos seu dissabor, E se fechou no próprio manto. O céu se vestiu com noite, sem cor, Fechou os olhos em silêncio e com temor, Acendeu no escuro a chama dos olhos da alma, E encontrou no vazio o leito que lhe acalma. O vagalume apagado perguntou: De quem são esses olhos que a noite procura, No frio desse silêncio, na escuridão serena? Quando a alma, qual neblina, flutua, obscura, E a dor, em grito velado, tem sido mais amena. A noite respondeu: São tochas acesas de fogo contra fogo, Encerrando a morte num caixão de vida; No clamor da provação, a alma reerguida, Veja, pirilampo, com teus olhos, tudo de novo. por Janderson Gomes, reflexões em 14 de agosto de 2024 ⁂

Serena Quinta no Lavrado

Serena Quinta no Lavrado

Sobre o chão quente do lavrado vasto,
Cai suave chuva em dia invernal.
O céu se fecha num silêncio casto. 
Junho em tons de cinza, frio matinal.

Gotas dançam no ar, o voo contrasto,
Beijam a terra com carinho sem igual.
Ouro beijando o garimpeiro exausto,
Na beira do lago da Manôa universal.

Serena quinta à tarde se desfaz,
Chove à noite na palha do buritizal,
Lágrimas que o céu nos campos traz.

Promessa no chão da vida que refaz,
Bebendo o caimbé o nosso temporal,
Do lavrado que faz rir em breves rios.

por Janderson Gomes

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