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Queridos leitores, Hoje anuncio a mudança de endereço do artientista.blogspot.com , meu cantinho desde 2016, com o coração repleto de gratidão.  Durante estes quase dez anos, compartilhei com vocês descobertas, reflexões e inspirações que brotaram de um labor apaixonado. Cada comentário, cada visita silenciosa, cada ideia trocada foi um presente que me incentivou a pensar diferente, e por isso lhes digo: obrigado. Como bem escreveu Khalil Gibran em O Profeta , na parte “Sobre o Dar”: “Vós dais pouco quando dais de vossas posses. É quando dais de vós mesmos que dais de fato.” Khalil Gibran, O Profeta (1923) De coração aberto, sinto que doei a mim mesmo em cada texto, e recebi em troca o tesouro inestimável da amizade e do calor humano de cada um de vocês. Agora, entro numa nova etapa, convido-os a me acompanhar no novo endereço,  caraumã.com , um espaço reformulado, com visual renovado e conteúdo aprimorado.  Ali, continuarei a partilhar minhas ideias, sempre busc...

É possível negar a harmonia?


É possível negar a harmonia?

Na penumbra dos verbos dissolutos,
Onde as faculdades jazem esquecidas,
Três serpentes, qual círculos agudos,
Mordem suas caudas corrompidas

Não há realeza na direita levantada,
Nem há beleza na esquerda erguida
A mediana via, tão sempre iluminada,
Jaz entre escombros, morta e esquecida

Mãe D'Água nos tempos modernos, guia-me!
Por entre essa floresta infinda de dissensões,
Onde a nobreza da aparência é velha mentira

E, cada fala que diz por si, respira
Na terra dos escassos e dos leões,
Onde habita o nada que só se retira


Na leviandade inversa de não-querer,
Vãos reflexos são no espelho partido:
Anti-isto, anti-aquilo e o anti-ser,
As fissuras do futuro perdido

E nas águas densas do Rio Pávido escuro,
Barcos arrogantes com direção incerta,
Ceuci se ri do homem ainda imaturo,
Que crê ser dono da palavra certa

Em cada margem, uma nova negação
Floresce como rosa pálida venenosa,
Cujo perfume embriaga a razão

Forma o jardim de anti-flores,
Onde a única verdadeira é silenciosa
Poty da ausência de virtudes e valores


Saia das profundezas desse funéreo,
Onde ideias são presas num jazigo,
Encontre antes um grande mistério,
De ser primeiro prudente e comedido

Não são forças de direita ou esquerda,
Nem pelo torto centro em sua mediania,
Tampouco na tríplice força que herda
O poder de negar a eterna harmonia

Ó tu, que lês estes versos impuros,
Compreende o enigma do partido,
A fraqueza do poder é seu tempo definido

Presente no inexistente, imenso e profundo
Onde ser político, vendido e enaltecido,
Dissolve-se, rendido, qual fumaça n'outro mundo



Nos prazeres fugazes da tua vil negação,
Três sombras movem-se em contradança,
Cada qual negando sua parte da porção,
Presenteando-te todas com falsa esperança

E assim termina n'um canto sombrio,
Não com respostas, mas com indagações:

Quando que o ser se perde no vazio?
O que há além das convicções?
É possível negar a harmonia?

por Janderson Gomes,
Reflexões em 28 de Outubro de 2024.

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