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Amanhecer na Serra Grande (Livreto)

Hoje é um dia especial para compartilhar com vocês o lançamento de Amanhecer na Serra Grande , o primeiro volume da série Caminhos do Interior . Esta obra é um convite para explorar as profundezas da alma humana e sua conexão intrínseca com a natureza, em particular com a majestosa região de Roraima. A narrativa começa em uma manhã tranquila, onde Iramari, filho do velho Kanarim, busca por respostas para suas inquietações por meio de um diálogo que ecoa o silêncio da serra e o movimento das nuvens. Cada página é uma oportunidade de contemplar a simplicidade que revela a grandeza da vida. O livro reflete vivências profundamente enraizadas na região da margem leste do rio Branco e costura temas universais como medo, coragem, paz interior e harmonia. Kanarim, com sua vivência humilde, nos lembra que as lições mais importantes da vida não vêm de respostas, mas do aprendizado paciente com a natureza e com o ciclo da existência. Espero que este livro inspire você a desacelerar, ouvir os vent...

Fazer, Amar e Algo por Esperançar

 


Fazer, Amar e Algo por Esperançar

Nas mãos do tempo, qual antiga jaçanã,
Moldam-se as asas do cuidado cotidiano.
Por entre meandros do fazer humano,
Ergue-se do barro a esmera porcelana.

Do ócio estéril, qual pétala profana,
Fogem horas num infindo desengano,
Mas nas forjas do teu espírito arcano,
Temperam-se as virtudes soberanas.

Garça feliz! No teu pântano, erguido,
Encontras tu o sentido da vida,
No eterno ciclo de existir galante.

Em Parixara com teu passo agradecido,
Brotam pequenas sementes portentosas
E tua existência se refaz a cada instante.



Cobre-te em véus de Jaci, prata de mistério,
Palpita-te com amor em teu sutil lamento
Qual Roroimö renascido ao firmamento,
Eleva a tua alma para além do hemisfério

Das lavas de Tepequém, teu grande império,
Brota aquela chama do teu amor sedento,
No altar do teu coração, qual pagamento,
Não doa para si valas e fossos de vitupério

Bendito seja a luz que te consome!
Que em sua fome jamais põe nome,
E transborda em infinita clemência.

O tirlintar sagrado da tua caridade,
O amor é a própria eternidade:
Silêncio e som de toda existência



Na ampulheta do tempo suspensa,
Filha da esperança, qual ninfa calada
Entre os limbos da lagoa dourada,
Esconde os pés na areia que adensa

Flor Régia em tua vigília extensa,
A bordar as próprias lágrimas na alvorada
Aguarda teu desabrochar, transformada,
Em cálice de luz - tua divina recompensa

Ó velha esperança que alimenta
Teu espírito que anseia e que inventa
Mil afazeres e mil amores ainda ausentes!

Põe na cuia da tua ventura sagrada:
Fazer, amar e algo por esperançar,
Sacia essa fome com Damurida quente!

 por Janderson Gomes,
 Reflexões em 21 de Outubro de 2024.

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