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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

Fazer, Amar e Algo por Esperançar

 


Fazer, Amar e Algo por Esperançar

Nas mãos do tempo, qual antiga jaçanã,
Moldam-se as asas do cuidado cotidiano.
Por entre meandros do fazer humano,
Ergue-se do barro a esmera porcelana.

Do ócio estéril, qual pétala profana,
Fogem horas num infindo desengano,
Mas nas forjas do teu espírito arcano,
Temperam-se as virtudes soberanas.

Garça feliz! No teu pântano, erguido,
Encontras tu o sentido da vida,
No eterno ciclo de existir galante.

Em Parixara com teu passo agradecido,
Brotam pequenas sementes portentosas
E tua existência se refaz a cada instante.



Cobre-te em véus de Jaci, prata de mistério,
Palpita-te com amor em teu sutil lamento
Qual Roroimö renascido ao firmamento,
Eleva a tua alma para além do hemisfério

Das lavas de Tepequém, teu grande império,
Brota aquela chama do teu amor sedento,
No altar do teu coração, qual pagamento,
Não doa para si valas e fossos de vitupério

Bendito seja a luz que te consome!
Que em sua fome jamais põe nome,
E transborda em infinita clemência.

O tirlintar sagrado da tua caridade,
O amor é a própria eternidade:
Silêncio e som de toda existência



Na ampulheta do tempo suspensa,
Filha da esperança, qual ninfa calada
Entre os limbos da lagoa dourada,
Esconde os pés na areia que adensa

Flor Régia em tua vigília extensa,
A bordar as próprias lágrimas na alvorada
Aguarda teu desabrochar, transformada,
Em cálice de luz - tua divina recompensa

Ó velha esperança que alimenta
Teu espírito que anseia e que inventa
Mil afazeres e mil amores ainda ausentes!

Põe na cuia da tua ventura sagrada:
Fazer, amar e algo por esperançar,
Sacia essa fome com Damurida quente!

 por Janderson Gomes,
 Reflexões em 21 de Outubro de 2024.

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