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Goiabeira

  Goiabeira Eu ficaria aqui, embaixo de ti, como a tua sombra que acompanha o sol. Ficaria sempre aqui, apenas um menino, sem casa e sem rumo, aos teus pés a cochilar. Aqui eu ficaria, como o duro desse chão que abraça tua raiz; Como o tempo da estação que faz a fruta cair com tua aprovação. Ali, bem acima de mim, onde o vento fala de ti, contam galhos e silêncios; Bem aqui eu me deitaria, onde rezam os passarinhos, e, com folhas, me cobriria. Em ti não subiria. Seria teu chão, tua terra, Poeira a te sustentar, Mato que te faz companhia, Vento que te balança, Chuva que te acaricia. Ficaria embaixo, não por temer o céu ou cavar o duro chão. Teu simples existir eleva minha oração. Goiabeira , na sombra do meio-dia, embaixo de ti, ainda assim, logo abaixo de ti eu ficaria, não por preguiça ou covardia, Mas somente por só por um motivo - porque ali, embaixo de ti, Meu coração, com tua doçura amadureceria por Janderson Gomes (Caraumã) Reflexões em 18 de...

Soneto de José, o anti-amado

 

Soneto de José, o anti-amado

Ó coração de José, tão malfadado!
Qual flor que murcha sem o sol tocar,
Teu peito jaz em solitude, calado,
Sem dulçor de cuidado a lhe embalar.

Nos caminhos da vida, desamparado,
Vagueia qual um nauta sem seu mar.
Filho de Iansã sussurra, condoído:
"Ai, pobre José! Quem o há de amar?"

Rudá, nimbus cruel! Por que flechaste
Com dardo embotado o peito seu?
Por que em frio desamor o sepultaste?

Eis que a aurora desponta no alvor,
Mas para José, agora tudo escureceu.
Nem cairê, nem catiti, tampouco amor.

por Janderson Gomes,
Reflexões em 02 de Outubro de 2024.


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