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Amanhecer na Serra Grande (Livreto)

Hoje é um dia especial para compartilhar com vocês o lançamento de Amanhecer na Serra Grande , o primeiro volume da série Caminhos do Interior . Esta obra é um convite para explorar as profundezas da alma humana e sua conexão intrínseca com a natureza, em particular com a majestosa região de Roraima. A narrativa começa em uma manhã tranquila, onde Iramari, filho do velho Kanarim, busca por respostas para suas inquietações por meio de um diálogo que ecoa o silêncio da serra e o movimento das nuvens. Cada página é uma oportunidade de contemplar a simplicidade que revela a grandeza da vida. O livro reflete vivências profundamente enraizadas na região da margem leste do rio Branco e costura temas universais como medo, coragem, paz interior e harmonia. Kanarim, com sua vivência humilde, nos lembra que as lições mais importantes da vida não vêm de respostas, mas do aprendizado paciente com a natureza e com o ciclo da existência. Espero que este livro inspire você a desacelerar, ouvir os vent...

Solstício Maternal


Solstício Maternal

Em sol maior, quando Guaraci sua coroa
Ao zênite austral inclina reverente,
Na hora em que o vento mais ardente ressoa
As cantilenas do cosmos refulgente

Eis que emerge do ventre, solitária,
Uma alma nova em corpo pequenino,
Enquanto sua mãe, qual selene planetária,
Plasma com dor seu próprio argênteo hino

Nas vinte e duas pálidas estrelas
Do dia mais longo que há na Terra,
Rompem-se dela as místicas procelas

Uma mulher, sem par na antiga guerra
De gerações que o tempo não revela,
Fez-se fonte, destino e primavera



Nascida sob o signo do solstício,
Quando o astro-rei governa majestoso,
Sua gênese traz esse interstício
Entre a calma e ser mais venturoso

Só, sua mãe, qual Picê sublime
Em seu silêncio grávido de aurora,
Das dores fez um canto que redime
A solidão que o mundo inteiro ignora

No limiar da noite consagrada,
Onde o tempo se curva humildemente,
Sua quarta luz foi derramada

Zero hora e quarenta, transcendente
Momento em que a existência, iluminada,
Fez-se verbo no ventre da serpente



No vigésimo sétimo segundo, ungida
Pelo fogo celeste do verão,
Suas almas foram três vezes concebidas,
No corpo, no espírito e no coração

O útero cósmico se abriu exato
Quando a noite beijava a madrugada,
E no limiar fez-se um grande pacto

A mulher, por si multiplicada,
Transformou solidão em grande ato
De amor - deu à luz a criança sacramentada

por Janderson Gomes,
Reflexões em 24 de Outubro de 2024.

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